quinta-feira, 4 de maio de 2023

1° de Maio Por Sofia Sousa (estagiária da UE na biblioteca Gabriel Pereira).

"Em 1889, a Segunda Internacional Socialista decidiu, em Paris, proclamar o 1º de Maio como o Dia do Trabalhador em memória daqueles que morreram, em 1886, durante a greve geral de Chicago. Em Portugal, entre a segunda metade do século XIX e a implantação da República, realizaram-se centenas de greves no nosso país” (MATTOSO, 1992:100)
Ainda hoje celebramos o 1° de Maio. Este acontecimento remete-nos para o século XIX nos EUA. A 1 de maio de 1886 a população trabalhadora tinha uma carga de tempo laboral que podia atingir as dezassete horas diárias, o que as fez manifestarem-se por uma vida melhor. As manifestações duraram alguns dias. No dia três de maio os manifestantes concentram-se em frente de uma grande fábrica em Chicago, a cidade mais industrializada dos EUA. O objetivo do protesto era a redução da carga horária de dezassete para oito horas de trabalho. As manifestações foram reprimidas pelas forças policiais, registando-se muitas
vitimas. (SANTANA, 2019)
Alguns anos mais tarde, em 1889, num congresso em Paris, adotou-se o 1° de Maio como Dia Internacional do Trabalho e consequentemente da luta pela redução do horário laboral para oito horas diárias. Muitos países adotam este dia como feriado para homenagear a memória das vítimas de 1886. Os trabalhadores também o aproveitam para reivindicar melhores condições de trabalho (SANTANA, 2019).
Portugal também assinala a efeméride. Durante 49 anos não foi possível celebrar o dia 1° de Maio devido ao regime instalado. Em 1974, com o advento da Democracia, o 1° de Maio foi uma das maiores manifestações do ciclo de transição para o novo regime, juntando milhares de pessoas em manifestações por todo o país (SANTANA, 2019).
Em suma, logo que o feriado foi declarado "movimentou milhares de pessoas em todas as cidades. As fotografias de praças e ruas cheias de gente com cravos vermelhos e a fazer o V da vitória tiveram em enorme efeito. As novas autoridades trataram as manifestações com um plebiscito de rua.” (RAMOS, 2010: 713)
Bibliografia:
MATTOSO, José (1992), História de Portugal, Editorial Estampa, Lisboa
RAMOS, Rui (2010), História de Portugal, A Esfera dos Livros, Lisboa.
SANTANA, Marco; FRAGA, Alexandre do - Primeiro de Maio – “trajetória, dimensões e sentidos”, Revista Laboreal, Lisboa, vol. 15, nº 1, 2019.
Fonte da imagem: infoescola.pt